BREVES RESUMOS
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Bibliotecas Públicas Hoje: ainda é possível inovar?
Bruno Duarte Eiras
A biblioteca pública de hoje exige uma mudança de foco, orientação e perspetiva. A sociedade orienta-nos para uma imagem de biblioteca pública em que temos de esquecer tudo que sabemos sobre a biblioteca do séc. XX: espaços, serviços, coleções necessitam de ser repensados; o que não significa eliminados! O mote é pensar mais na comunidade e menos nos utilizadores (reais), estar mais atentos às necessidades da população e menos ao nivelamento de serviços e atividades, estar mais disponível para experimentar e arriscar, não ter receio.
A biblioteca como um armazém de informação é um conceito desatualizado. A biblioteca pública de hoje é um espaço para a comunidade, um espaço cheio de ferramentas de descoberta, aprendizagens, experiências e troca de conhecimentos.
Diante deste novo panorama, a inovação surge como elemento decisivo na gestão da biblioteca e os bibliotecários têm de encará-lo como um fator de sobrevivência. Os aspetos que justificam essa afirmação são muitos, variados e multidisciplinares. As tecnologias de informação criaram hábitos nos utilizadores e as suas necessidades de informação e as formas de lhe acederem alteraram-se, deixando de estar indissociavelmente ligados aos recursos fornecidos pela biblioteca. O conceito de serviços bibliotecários tem sofrido importantes mudanças nas últimas décadas e criou expectativas por parte dos utilizadores, que afetam, particularmente, no caso das bibliotecas, a facilidade de acesso à informação e o tempo de espera pelo serviço. O enfoque das necessidades dos utilizadores está cada vez mais na prestação do serviço e menos nos recursos disponíveis.
É aqui que entra o potencial de inovação das bibliotecas públicas ao associar o espaço, a informação, a aprendizagem e a comunidade, através do papel de mediação de bibliotecário, cruzando as necessidades e os interesses da população com outros agentes locais, criando parcerias e fazendo da biblioteca um local da comunidade e para a comunidade.
Rede de Bibliotecas Associadas à Comissão Nacional da UNESCO
Fátima Claudino
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A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: Desafios para as bibliotecas públicas
Luísa Alvim
Apresenta-se a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e de como estes emergem como desafios para as bibliotecas públicas.
Sensiliza-se os profissionais que trabalham nas bibliotecas para a divulgação da Agenda 2030 e a criação de ações concretas, reconhecendo-se como parceiros estratégicos para o cumprimento das metas dos ODS nas suas comunidades.
Apresentam-se programas, projetos e iniciativas que estão a ser implementados por bibliotecas públicas, de diferentes partes do mundo, para trabalharem no cumprimento dos ODS.
L.E.R. Cãofiante
Maria José Mackaaij
O projeto L.E.R. Cãofiante, pioneiro na Leitura Assistida por Animais em Portugal, tem apoiado desde 2013-2014, crianças do 1.º ciclo com o objetivo de as ajudar a ultrapassar as suas dificuldades ao nível das competências leitoras, num contexto repleto de emoções positivas, em que a presença dos cães é um elemento diferenciador.
Paralelamente, esta intervenção tem também procurado criar hábitos de leitura nas crianças abrangidas, disseminando práticas leitoras em diferentes contextos, numa teia de cumplicidades entre a biblioteca municipal, a escola e as famílias.
Os resultados de avaliação do L.E.R. Cãofiante permitem constatar que este projeto tem contribuído para um aumento da frequência da leitura em família e que as crianças por ele abrangidas evidenciam Prazer e Motivação face à Leitura. O testemunho dos pais e das professoras permitem-nos igualmente compreender o papel que a presença dos cães tem na satisfação e interesse que estas crianças demonstram pela leitura e pela sua biblioteca municipal.
Estes resultados vêm corroborar o impacto positivo da Leitura Assistida por Animais, referido já em diversos estudos internacionais.
Makerspace BMI – Juntos fazemos!
Inês Vila
No decorrer da nossa breve comunicação, daremos conta do que é e para que serve um Makerspace. Apresentaremos o novo serviço da Biblioteca Municipal de Ílhavo -“Makerspace BMI — Juntos Fazemos!”- bem como as suas atividades, daremos ainda conta de que forma poderemos cativar os jovens para as atividades programadas neste novo espaço, e como este espaço contribuirá para consolidar a biblioteca como um espaço vivo e de aprendizagem.
OPORTUNI-DANÇAS: ferramentas, recursos e magia da Dança em Biblioteca
Monica Savà
"Não existe lugar onde não se possa dançar", disse alguém.
E porque não dançar na Biblioteca, então?
Quantas danças imaginamos num livro e quantas histórias podem ser dançadas?
Dançar e ler são instrumentos privilegiados na promoção do bem-estar, da expressão, da comunicação das emoções, promovendo o desenvolvimento pessoal, a inclusão e os valores de paz, tolerância, diálogo e sustentando a criatividade.
Com uma viagem teórico-prática direcionada para "Transformar o Mundo", a dança para pequenos e adultos entra na biblioteca e cria uma ponte entre livros, imagens, histórias e personagens, aproveitando a mesma linguagem: curiosidade, descoberta, imaginação, emoções, comunicação, entrega e criatividade. As imagens arquetípicas encontram-se no espaço comum das danças e dos contos de fadas.
Mais um ingrediente da nossa receita para criar Bibliotecas ricas em emoções, sonhos e sensações…
Arte-Terapia: Criatividade e Emoção
Sílvia Jerónimo Candeias
Em Arte-Terapia, o papel do processo criativo é de extrema relevância, assim como o uso da criatividade como meio de profundo entendimento do próprio, dos outros e do mundo. Neste contexto particular, a arte possibilita ampliar os sentimentos e as emoções através do imaginário, num movimento de descobertas e redescobertas. O recurso à imaginação, ao simbolismo e a metáforas enriquece e incrementa o processo, na medida em que oferece um espaço seguro e facilitador da comunicação, da reorganização dos objetos internos e da expressão emocional significativa. A partir do aprofundar do conhecimento interno, torna-se possível libertar a capacidade de pensar e construir a sustentação necessária para lidar com a realidade.
Encontros com Saúde
Cristina Calvo I Marlene Rosa
Projeto pensado em parceria entre a REAB - Clínica de Reabilitação Móvel (empresa no ramo da saúde) e a Biblioteca Municipal de Oliveira do Bairro. Consiste num conjunto de ações de Educação para a Saúde que convida as pessoas a esclarecerem assuntos essenciais da sua saúde e bem-estar. Para cada tema das sessões, a Biblioteca Municipal seleciona um conjunto de livros de interesse e é feita a sua exposição aos participantes, incentivando a leitura na comunidade. O objetivo último deste projeto é estimular a literacia para a saúde na comunidade em geral, melhorando os comportamentos preventivos.
Rir é o melhor Remédio
Andreia Amorim
Projeto novo da Biblioteca Municipal de Sever do Vouga que visa contribuir para o envelhecimento ativo da população sénior e se corporaliza em workshops de risoterapia. Exporemos resumidamente os benefícios da terapia do riso, técnica psicoterapêutica que produz bem-estar mental, físico e emocional a partir do riso.
Explanaremos como contribui para a dinamização da Agenda 2030, coopera na saúde dos idosos e estimula a aprendizagem ao longo da vida. É inclusivo, promove a tolerância e a redução das desigualdades, impulsiona também uma sociedade mais pacífica e sustentável.
Musicoterapia na demência: Um estudo de caso
Ana Esperança
A demência é uma doença degenerativa progressiva e é considerada um dos maiores problemas de saúde da população idosa. A escassez de interações positivas, do contato com o outro, a ausência de atividades bem sucedidas, o decréscimo da auto-estima, a impossibilidade de comunicar verbalmente vão contribuindo para um isolamento e um “desligamento” do mundo e do outro. A Musicoterapia cria pontos de contato entre as pessoas e este contato pode revelar-se muito íntimo e significativo. Nesta comunicação será apresentado um estudo de caso de uma idosa com demência que apresentava um quadro clínico de apatia e prostração emocional, isolamento social e afasia e que usufruiu de uma intervenção em musicoterapia ao longo de 25 sessões.
A grande muralha: do acesso e das suas modalidades no terreno dos comuns
Maria Manuel Borges
Nesta conferência pretende discutir-se o conceito de Acesso nas suas múltiplas facetas onde as bibliotecas desempenham um papel muito particular. Pretende, ainda, discutir-se o enquadramento e a importância das bibliotecas de leitura pública na Ciência Aberta enquanto condição para o exercício da cidadania.
Ciência Viva e(m) Bibliotecas!? As Práticas da Fábrica
Pedro Pombo
Numa sociedade tecnológica e baseada em fenómenos científicos, torna-se cada vez mais importante envolver o público em contextos de compreensão pública da ciência e da tecnologia, de forma a esclarecer os cidadãos acerca dos fenómenos da ciência que nos rodeiam, da sua importância e dos processos e mecanismos ligados à investigação e respetivo financiamento.
A investigação científica conduz a variadas aplicações tecnológicas que podem modificar e influenciar a vida na sociedade ou possibilitar o prolongamento da vida a todos os cidadãos. Neste âmbito, é fundamental que a sociedade se aproprie de uma cultura científica e ganhe perceção sobre a importância da investigação científica e o impacto que a mesma produz na sociedade, quer ao nível do crescimento financeiro, quer ao nível do desenvolvimento sustentável.
Cidadãos mais informados e esclarecidos poderão ser mais interventivos. O nível de conhecimento é fundamental para a tomada de consciência por parte da população sobre a importância da ciência no acesso à tecnologia, a qual permite uma cidadania mais plena e mais democrática. A comunicação de ciência é eficaz, se levar às pessoas a informação que elas necessitam de maneira a que elas a possam utilizar.
Os Centros Ciência Viva, que funcionam como estruturas de interface entra a comunidade científica e a sociedade, desenvolvem trabalho no envolvimento do público em ciência e em tecnologia. Dinamizam vários programas dedicados a diferentes públicos e com diversos objetivos.
No âmbito da comunicação de ciência, da ciência e sociedade e do ensino não formal em ciência, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro tem vindo a construir parcerias com diversas entidades que considera terem uma relevância muito importante para a sociedade civil.
As bibliotecas apresentam-se com elevado potencial para o envolvimento do público em ciência. A cultura científica, como mais uma cultura, deve estar presente na programação anual das bibliotecas, por exemplo, através de projetos e iniciativas conjuntas com Centros Ciência Viva ou outras estruturas científicas. Neste sentido e durante os últimos 10 anos, a Fábrica tem vindo a desenvolver várias práticas de comunicação de ciência em parceria com bibliotecas. Muitos destes projetos juntam a ciência com a leitura, a escrita e outras áreas do conhecimento. Esta comunicação pretende apresentar estes projetos e discutir como se podem implementar iniciativas colaborativas, envolvendo equipas multidisciplinares e estruturas que, apesar de todo o potencial existente, não têm o hábito de colaborar.
PROGRAMA PARALELO
Workshop de Risoterapia
Isabel Videira
Uma sessão de risoterapia conjuga exercícios de respiração com exercícios de riso induzido artificialmente que rapidamente se torna espontâneo. Passa-se do riso falso ao verdadeiro, do sistema simpático para o parassimpático através da libertação de endorfinas que promovem uma agradável sensação de bem-estar e relaxamento. A essência da sessão está em rir sem motivo, ou seja, rir com os outros e não dos outros. Rir pelo simples prazer de rir como fazemos na infância.
Visita Guiada ao Museu Municipal de Sever do Vouga
Pedro Nóbrega, coordenador do Museu
O Museu de Sever do Vouga conta a história de um território, divulgando os seus patrimónios e elementos de interesse cultural e etnográfico, mas é também um local onde se investiga, se protege e se dá a conhecer os patrimónios de Sever do Vouga.
O visitante tem acesso a elementos distintos interativos e tradicionais que nos permitem uma maior acessibilidade e compreensão da exposição. É um Museu para se ver, conhecer, interagir, degustar e sobretudo para criar memórias dos nossos tempos e das nossas vivências.